sexta-feira, 26 de junho de 2009

Com perdão da palavra, sou um mistério para mim...

"Eu, alquimista de mim mesmo. Sou um homem que se devora?
Não, é que vivo em eterna mutação,
com novas adaptações a meu renovado viver e nunca chego
ao fim de cada um dos meus modos de existir.
Vivo de esboços não acabados e vacilantes.
Mas equilibro-me como posso entre mim e eu, entre mim e os homens, entre mim e o Deus.
Vivo em escuridão da alma,

e o coração pulsando, sôfrego pelas futuras batidas que não podem parar."

(Clarice Lispector)

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