segunda-feira, 19 de abril de 2010

Meu paradoxo !

Não me sinto uma mulher como as outras. Por exemplo, odeio falar sobre empregadas, liquidações e maquiagem e detesto salões de beleza. Tenho vontade de cometer haraquiri quando me convidam para um chá de fraldas e me sinto esquisita à beça usando absorventes. Mas segui todos os mandamentos de uma boa menina: brinquei de boneca, tive medo de escuro e fiquei nervosa com o primeiro beijo. Quem me vê caminhando na rua, de salto alto e rímel, jura que sou tão feminina quanto as outras: ninguém desconfia do meu hermafroditismo cerebral. Adoro massas cinzentas, detesto tre-le-lê. Penso como um homem mas sinto como mulher. Não me considero vítima de nada. Sou autoritária, teimosa e um verdadeiro desastre na cozinha. Peça pra eu arrumar uma cama e estrague meu dia. Vida doméstica é para gatos. Às vezes, me sinto uma mulher mascarada, como se desempenhasse um papel na sociedade só pra me senitr integrada. Outras vezes, acho que não é nada disso, hospedo em mim uma natureza contestadora e aonde quer que eu vá ela está comigo, só que sou bem-educada e não compro briga à toa. É como se eu tivesse, além de uma consciência oficial, também uma paralela e ela soubesse que não vou segurar as minhas ambiguidades por muito tempo. Tenho um cérebro masculino mas isso não interfere na minha sexualidade. Já o coração é bem gelatinoso...me deixa com as pernas frouxas qualquer um que me convide prum chopp. Sou tantas que mal consigo me destinguir. Não estrategista, sou batalhadora, porém traída pela comoção. Num piscar de olho, fico terna, delicada...sonhadora aos montes.. ai, ai...

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