Tive a chance de cuidar do menino assustado, com uma capa preta, achando que era super-herói.
Por diversas vezes tive oportunidade de ir tirando a capa escura aos poucos e ir mostrando que
acolher todas as dores e deixar que elas es
Que ele sentisse, então, como é bom carinho na pele nua, sem escudos, capas ou qualquer tipo de superproteção.
Mas me perdi.
Achei que aquilo poderia funcionar, aos poucos, sem pressa, alguns outros meses felizes e importantes pra nós dois.
Me enganei.
Vi todo meu trabalho e meus planos escorrerem entre meus dedos e senti a capa sendo puxada com força, de repente, com uma rapidez daquelas que fazem a mão arder.
Lamentei.
Não exatamente pelo fim ou por tudo que iria me faltar então.
Lamentei por mais uma fuga do cara incrível que poderia chegar onde quisesse se não fosse viciado em ir embora.
(M.F)
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